25 de outubro de 2010
Nossa Língua Brasileira
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NAUM
Kd a minha lingua
sumiu, kd vc
Naum estah no q eu leio
naum estah onde se v
Se t escrevo como lembro
ninguem ha de entender
Pq qto + eu tento
menos entendo o pq
Se hj jah eh dificil
amanha espere pra v!
a blz vai msm embora
da lingua d td hora
e vc nd tem a fazer.
Oswaldo Jr.
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poética
esperanças parecem cruzar os céus dos brasil nesses tempos de tiroteio político-retórico mas esse é um país de muito fôlego e tantos severinos / josés / franciscos / marias (e quantas outras alegrias) aliás um país que já foi promessa de futuro e o futuro chegou e agora josé, alguém já disse: ser brasileiro é poder ser um pouco joãogilbencaê ahhh... adorável rio de janeiro de todas as copacabanas / ipanemas / leblons (e as cariocas sempre lindas) aliás, todos os caminhos parecem mesmo levar a são cristo redentor que continua de braços abertos e olhos fechados para a cidade-caveirão mas inerente a tudo isso, é preciso ter força, ter raça porque esperança é igual gangorra: sobe / desce / sobe / desce e (sempre) dança na corda bamba de sombrinha e por falar nisso, a saudade tem o sorriso e a cara bonita de elis e ao que tudo parece, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais, em torno de cidades caladas, mudas de perplexidade, respirando dinheiro e trabalho e tentando fazer poesia, fazer da alegria meta a ser alcançada, besteira, drummond um dia foi (e ainda é) ponto de referência na carência turbulenta da sociedade, uma bússola, instrumento de sensibilidade, o poeta presente criando o tempo futuro, um futuro que já teve tom e vinícius de todas as paixões e canções, as mulheres de atenas hoje andam pela vida, em cada esquina, em cada luta diária, em cada alma um país diferente: hilda, cecília, cora, lígia, clara, rita, gal, bethânia o brasil tem alma feminina e isso, é o que mais me anima em meio a essa sina de país que nunca nunca acontece.
wallace puosso
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dENTRO
Encontrei uma palavra
Dentro do EsGotO
Encontrei até palavra dentro da paLAvRa
- continuei com a pesquisa –
Acabei encontrando uma outra palavra
Dentro da palavra nutRICiOnisTA
Não foi difícil encontrar uma palavra dentro da MOLezA
Encontrei uma palavra dentro em FORMigA
E por fim, esquentei a temperatura
Encontrando uma palavra dentro da FoguEIRA
É por essas e outras que sou amarradão
Na Nossa Língua Brasileira!!
Réginaldo Poeta
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"Si qués, qués, si não qués, diz!"
o Manézinho da Ilha de Florianópolis
Linda Língua
Vive à míngua
Moribunda
Vagabunda
Vem cabundá
Vem me contar
Das pratas e das palavras
Que atochaste nas matas
Atabaques
Atocaiados
Dormentes
Derramados
Dito e impedido
Grito e agradecido
Raulito
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FALA BRASILEIRA
Orgulho de ser brasileiro,
falar em poética vibrante
palavras de som inteiro
música contagiante.
Brasileira de todos.
Nem melhor ou pior
que outras em país estrangeiro.
Ora bem tratada,
é valioso tesouro.
Quando mal usada,
sempre perigoso.
Quanto valor em se ter
tanta rima e poesia
num mesmo recitar eloquente.
Bela língua Portuguesa
que neste Brasil é da gente.
João Possidônio Jr.
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Última flor cantada
Nossa monumental identidade
Que flor, que nada!
O Lácio que nos desculpe,
quem vive agora é a fera!
Jaz a pseudo-inculta, renasce
delgada e bela!
Erra pelos quatro cantos,
É caipira, é nordestina, é do Sul, é do Centro
É mineira, carioca, é um bicho do norte,
Cheio de ginga, feroz... pêlos viçosos...
Com sonoro instinto
a velar os sonhos do novo povo
Preta, branca, cabocla, amarela
Brinca sob céu de estrelas
Devorando os sabiás
Acordando os tico-ticos de fubás
E depois repousa em seu novo berço
gerundíssimo, animadíssimo,
oportuníssimo da Língua do Brasil
Afinal... nossa língua brasileira?
Fábio Ramos
17 de outubro de 2010
SOLIDÃO
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RECEITA PARA SENTIR-SE SÓ
Abra sua última gaveta.
Retire de lá um sonho escondido,
daqueles de que você já nem se lembrava mais.
Funciona melhor se for um grande amor.
Tente realizá-lo.
Você verá que as pessoas à sua volta
sentirão medo ou ciúmes de você.
Irão abandoná-lo, de qualquer forma.
Funciona também se você admirar
um cantor desconhecido qualquer.
Dylan ou Cohen causam esse efeito
mas dizem haver piores.
Não frequente igrejas.
À exceção de Deus,
todos acharão que você está só.
Pessoas procurando seus sonhos
ou que desconfiam de padres e pastores
costumam ser vistas como ameaças à família.
Nesse ponto, você já estará perto de se ver
completamente sozinho.
Mas se a vontade for muita e não puder esperar,
acampe em uma montanha bem alta
dois dias depois de o feriado passar.
Só há uma contraindicação, neste caso:
Paisagens podem colocar Deus sentado a seu lado
Podem fazê-lo querer tocar uma canção
para a pessoa daquele sonho escondido.
E todo o seu esforço até aqui
começará a perder o sentido.
Oswaldo Jr.
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solidão, não: sensação
onde se ouve a palavra, sinta a sensação
onde se vê falhas, complete os pontos
onde se localizam sentidos, alterne direções
onde se vê roupa, tire-a
onde se sente o sol, abre-se um sorriso
o mar não se vê, mas fica logo abaixo:
wallace puosso
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Drops solidão
Solidão é quando o coração
Não consegue mais lembrar
Os caminhos percorrido na infância...
Solidão é quando você passa
Esticando o calendário.
Solidão é quando o teu sono
Não consegue entender
As ofertas do meu corpo.
Enfim,
Solidão é quando olho-me no espelho
Procurando por mim.
Réginaldo Poeta
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Pararam as máquinas às 15:35h
Quem poderia sorrir?
Experimentaram o mero lamento
Quem gostaria de brindar?
Se por trás das luzes dos faróis
Estivessem outros olhos a fitar
Passariam horas e horas
Num mesmo ritmo
Num breve crivo
Os ponteiros voltaram à rotina
Por um lapso de movimento
O eterno encontro.
Raulito
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LAMENTO
Por tantas vezes
quis você fora da minha vida,
longe do meu caminho
pra eu ficar só.
Entendia como solução
a liberdade da solidão.
Muitas outras vezes
insisti na distância
isolado do mundo,
perdido na multidão
numa solidão em conjunto.
De nada adiantou
o sentido de ser sozinho.
Pouca coisa da rosa ficou
muito mais, sobrou o espinho.
João Possidônio Jr.
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SOLIDÃO
Aumentativo brusco
súbito concreto
Insone inodoro
incolor neutro
Às vezes
lama esgoto
perigoso incerto
E ultimamente - conforme vive-se,
brisa alísio equilíbrio
reencontro à mais pura força
força às pernas
aos eixos
a si.
Fábio Ramos
11 de outubro de 2010
Remédio pra acabar com a tristeza
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ANTÍDOTO
Amar é esquecer-se em paz.
E, muito cá entre nós,
tenho achado bom que assim o seja.
Você não foi o meu remédio,
mas tem sido um bom antídoto
pra minha falta de certeza.
Você nem sabe o que me faz.
Mas está onde quer que eu olhe
e no que quer que eu veja.
Oswaldo Jr.
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quartzo
.
.
como o coelho maluco de Alice ou um velho relógio de quartzo andamos, andamos pelo tempo em busca de uma grande e pomposa porta onde estejam reservadas a felicidade, a liberdade (ou a noção do que isso seja) e eternidade - eterno mesmo é quando você me pisca toda cheia de terceiras intenções e o tempo pára agora, liberdade é só um conceito que existe, qualquer sentido por trás do que seu rosto esconde um sentido de gosto (teu gosto), afinal, é relativo o que se vê pela fresta da porta - a iluminação é sempre tênue, para quem vê um pouco além do óbvio, se até a floresta luta pelo calor do sol com a gente não seria diferente: colocamos a cabeça fora d’água e respiramos, respiramos um pouco mais aliviados porque o tempo, ah o tempo não pára.
.
.
Wallace Puosso
Acordes de um Sol
Abraçar o mar,
Colher pérolas de sal.
Temperar a sala
Com incenso de altar...
Buscar no fundo do abismo
O olhar da pessoa amada
Extinguindo qualquer tipo de incerteza.
Encontrar um velho amigo,
Convidá-lo pra jantar
E poder pagar toda despesa.
Isso tudo é remédio
Pra renovar qualquer ser;
Pra acabar com a tristeza.
Réginaldo Poeta
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Prefiro inventar música
Prefiro inventar rock and roll
Prefiro te comprar uma dúzia de rosas
Prefiro te levar ao show
Do Luiz Tatit, Luhli, Tom Zé
Depois comermos sushi
Batendo na palma da mão
Dançando na ponta do pé
Primeiro acorde, Itamar Assumpção
Milésimo gol, Pelé
Um cafunégas, pegas, regas
O vaso de rosas no canto
Na prosa de Guimarães
Versos de Adélia, Quintana, Alice Ruiz
Sertão, preguiça, flor de liz.
Raulito
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CORDEL DO BOM CONSELHO
(A cantoria aconteçe quando Leonildo da Goela Seca entra desconsolado no bar da D. Carmita Auxiliadora)
- Por favor minha senhora
traz mim uma cachaça.
A dor que me dói agora
tem começo numa desgraça
que me derrubou assim
e parece não ter fim.
- Preste atenção meu rapaz
botequim não é farmácia
dos azares que a vida traz.
Bebedeira não é remédio
para curar sua tristeza
ou acalmar o seu tédio.
- Mas que cura posso eu ter
para a mágoa que se instalou?
Sem eu mesmo perceber
entrou e despedaçou
o meu peito batedor
que agora virou sofredor.
- Chama a tristeza pr'uma conversa;
conta pra ela uma história.
Recita o primeiro verso
que lhe vier na memória.
Cante uma canção arretada
ou fala aquela piada
tão porreta de se cair na risada,
- Pois então assim farei,
insistirei com a danada,
contestação não deixarei
para ela ouvir a entoada.
Com muito boa afinação
e com dança bem agitada
vou levantar poeira do chão.
- E se a tristeza já quiser se mandar
leia ainda aquele poema
que faz ela não ficar
ou lhe causar mais problema.
Ela irá de uma vez embora
deste peito que tanto chora.
- Traga então aquela pinga
que agora faz sentido de ter.
E com um bom amigo
melhor ainda o beber,
em boa comemoração
e sem o aperto no coração.
João Possidônio Jr.
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Quando ninguém ainda existia
Ele desceu a rua, as mãos nos bolsos, observando cada pedra de chão conforme alcançavam os passos o seu caminhar.
Ele seguiu uma reta, depois outra, fez o plano, olhou ao horizonte e encontrou – antes do
som – o mar.
Era uma manhã bem cedo, a luz difusa e brumada, ele quase não falava, ele estava sozinho,
ele era aquilo que sentia, ele era o mundo numa hora quando ninguém ainda existia.
Sozinho respirou fundo e concluiu o quanto seria bom se conter naquele momento, ele estava muito bem, obrigado.
Havia encontrado o remédio para acabar com a tristeza, um remédio que sequer conhecia a fórmula. Provavelmente o efeito iria passar, muito em breve. Passaria.
E mesmo com ideias em futuros de pretéritos atordoantes, continuou sua caminhada, agora já próximo das conchas e do salpicar da areia às ondas...
Fábio Ramos
4 de outubro de 2010
PODERIA SER PIOR
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À tarde, num domingo de sol
Estar ali não era a coisa que ele mais queria
naquele momento.
Tudo dizia que o tempo passaria lento,
como se pedisse licença por entre os corpos
que eram muitos naquele saguão.
Saguão, ele pensava,
era o assunto mais interessante em que pensar,
enquanto falavam e falavam e falavam.
Palavrinha estranha. Saguão.
Sagu, saguinho, saguão.
Achando um outro lugar para seus pensamentos,
ele relutou quando seus olhos insistiram em voltar.
Olhos, às vezes, enxergam mais que a mente.
Sozinha, a dez metros de distância,
também ela parecia não querer estar.
Em seu caso, convenhamos, havia pouca diferença,
pois era o tipo de pessoa que sempre está,
mesmo não estando.
A mulher com quem ele no futuro
pintaria as paredes da sala,
à tarde, num domingo de sol,
estava ali, vinda não se sabe de onde.
Sozinha, a cinco metros de distância,
a mulher cujo rosto ele veria envelhecer estava ali,
indo não se sabe para onde.
As cidades crescem, e às vezes tanto
que nos fazem desconhecidos demais. Afinal, de onde?
Apesar dos poucos centímetros de distância, ele sabia,
não tentaria, a não ser que ela o notasse.
Notasse-o como se ele fosse o homem com quem ela se vê
comprando aquele bule vermelho de ágata,
sábado pela manhã, no mercado municipal.
Foi assim, sem saber o que deixava para trás
que ela saiu. E acenou para a única pessoa
que parecia conhecer na multidão,
alguém que ele também conhecia de algum lugar.
Aquele cara metido a escritor,
que ele conhecia da casa de outros amigos seus.
Um leve e indisfarçável sorriso acompanhou-o o tempo todo
enquanto dirigia de volta pra casa.
Oswaldo Jr.
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personas
Obama e o Nobel da Paz
Lula e Ahmadinejad
Bush e Bin Laden
declarações do Caetano
qualquer filme da Xuxa
vinho do Galvão Bueno
livros do Paulo Coelho
biografia do Justin Bieber
melhores da MTV
cerveja da Paris Hilton
campanha do Tiririca
esquisitices de Bob Dylan
programa do Amaury Jr.
performances da Yoko Ono
pensando bem
poderia ser pior
wallace puosso
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Tempo de escolha (ou a solidão dos sóbrios)
Maria Ignez Nóbrega, 27 anos
Caiu do 18º andar
do Edifício SALES
Em pleno centro de João Pessoa.
- uns disseram que foi atentado
- outros, que foi o namorado
- uns afirmam ser suicídio
O corpo estendido no chão,
Uma multidão ao redor
E o sorveteiro que passava
Do outro lado da calçada
Não teve dó:
- ainda bem que ela morreu,
se não, poderia ser pior...
Réginaldo Poeta
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Poderia Ser Pior
Sem Comunhão
Poderia Ser Melhor
Sem Polícia e Ladrão
Poderia Ser Pior
Minha Indignação
Poderia Ser Melhor
A DigNação
Parla
Mente
Engulo
e
Pulo
Diga
Nação
Gesta
Nulo
Quanto Melhor, Melhor:
Beijo, Arco-Íris, Pitangueira, Trovão,
Libélula, Estrelas, Mares, Intuição,
Fogueira, Ametista, Palavra, Irmã(o)
Vaga-Lume, História, Memória, Xamã,
Encontro, Melodia, Meia-Noite, Meio-Dia.
Raulito
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As Coisas São o Que São*
E agora, José?!
E agora, Você?!
Vasto mundo, vasto mundo, José!
Mesmo se chamando Raimundo
Não é mais rima nem solução
E agora, e então?
Bastaria para fugir de si mesmo, José?!
Você que é o tempo, você que resolve tudo,
Você que não perde nada... Seria pior, José?!
Podia ser pior?
E agora, e então?!
To die, to sleep...
A festa acabou, José
Bem vindo à vida!
As coisas são o que são.
(*Com as devidas citações e homenagens a Drummond, Shakespeare e Freud)
Fábio Ramos
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ECOZELOMANIA
Apavorado, Seu Vanderley incorporou em suas atitudes a proteção e o zelo pelos recursos naturais do planeta. Também pudera; bombardeado por notícias de todos os lados apregoando o aquecimento global, a escassez da água, o desmatamento desenfreado, as queimadas, a destruição da camada de Ozônio e por aí afora.
Tomou, sem arredar o pé, as seguintes ações no seu cotidiano:
Cortou os fios elétricos da caixa de entrada de energia da sua casa (de agora em diante usará só aquecimento e iluminação natural).
Parou de tomar banho para não consumir água e não poluir os rios com sabões.
Não lava mais as suas roupas.
Na alimentação, nada de comida processada e nada de caixinhas ou embalagens plásticas.
Jogou a chave do carro no cesto de reciclável e deixou o lixeiro levar o lixo embora. Daqui pra frente só andará a pé.
Seu Vanderley está num estado de dar dó. A família e a vizinhança toda reclama e lamenta.
Mas para dizer a verdade, poderia ser pior ... ele ainda dá descarga na privada.
João Possidônio Jr.
2 de outubro de 2010
bastidores (demora mas chega)
De: Oswaldo Almeida Jr. .
Assunto: RE: ReSposTa: Um outro TEMA
Para: "Reginaldo Gomes" ., "Wallace Puosso" .
Data: Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009, 11:38
Bem, o tema é meu, certo?
Pensei em alguma coisa que nos levasse pra dentro, que nos fizesse pensar profundamente (que pensamento nobre, hein? tsctsctsc...). Pensei em trazer para a nossa discussão um tema que nos aproximasse mais, porque apesar de sermos próximos não sabemos, e nem poderemos saber, tudo sobre os outros boys. Às vezes, muito raramente, falamos de outras coisas que não sejam poemas, movimento artístico joseense, etc. Quando nos encontramos, também, por mais que nos amemos, não vamos fundo pra nos conhecermos. (ai, o que esse cara está pensando?... tô fora! não põe o meu na reta não, jacaré!). Talvez seja pelo fato de já nos conhecermos bem. O fato de termos nos conhecido há algum tempo já nos diz que não precisamos conhecer mais... Quais são as angústias do boy Wallace? Quais são os sonhos do boy Regis? E as dúvidas do boy Oswaldo?
Bem, pensei num tema que, pra mim, ainda é um desafio. Pensei que pouco sabemos sobre nossas famílias, e nós somos o que somos por causa de nossas histórias, de nossos lares. Comecei a escrever um poema em 2005, não deu certo, não saiu, e posso tentar retomá-lo agora. Talvez saia. Quem sabe este tema seja realmente um desafio interessante? Pra mim, será.
Tema: Pai.
Abraços,
boy
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De: reginaldo poeta .
Assunto: Pai
Para: "Wallace Puosso" ., "Oswaldo Almeida Jr." .
Data: Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009, 15:59
ô boy, assim você corta minha tarde de compensação, que texto mais que todos nós juntos... amei... ando pensando muito no meu pai, tenho até um poema pronto sobre esse assunto, tentarei fazer um novo, esse sentimento vou buscar lá nos idos de 65 ou até mesmo 2009, pois somos pais... certo?
Wallace, tens algum filho "solto" pelo mundo?
Beijão e até!
"pai, senta aqui que o jantar tá na mesa"
lindo né?
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De: Reginaldo
Assunto: Re: Pais e Filhos
Para: Oswaldo Jr.; Wallace Puosso
Data: Wed, 2 Sep 2009 14:34:54 -0700
Demais heim? pensar que era mais um romance que você relatando...
Amei!
Final surpreendente!
Abração!
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De: Oswaldo Almeida Jr. .
Assunto: RE: Pais e Filhos
Para: "Reginaldo Gomes" ., "Wallace Puosso" .
Data: Quarta-feira, 2 de Setembro de 2009, 20:40
PUTA MERDA! Se isso não serve ao tema, então não sei o que serviria! Belíssimo texto, boy, belíssimo!
Agora fico eu a meditar e tentar escrever algo à altura do que vocês dois me enviaram!!!!! E olha que vai ser difícil... Aqui no trabalho não conseguirei mesmo! Quem sabe depois, depois, depois?
Gostei do estilo da escrita: aquela parte dos segundos (um, dois, três, quatro, etc) faz com que a gente vá contando junto os intermináveis segundos que o personagem espera passar. Lindo o recurso estilístico. Perfeita também a conclusão da frase - "anos, sei lá, segundos depois", que retoma o início da frase como se fosse a continuação do pensamento, que não se interrompe. É uma descrição visual perfeita de uma coisa que acontece no nosso pensamento; você achou a forma certa de escrever, na minha opinião.
Só um detalhe: acho que é "baixa os olhos" em vez de "abaixa os olhos", boy.
Um resumo de tudo? Pra mim, "Coisas que você nem imagina" resume bem a relação pai e filho que nós parecemos ter experimentado. Como disse ao Wallace, meu pai nunca pediu para ouvir uma composição minha. Acho que ele tem vergonha de pedir.
Abraços!
boy
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De: Wallace Puosso .
Assunto: RE: Pais e Filhos
Para: "Reginaldo Gomes" ., "Oswaldo Almeida Jr." .
Data: Quinta-feira, 3 de Setembro de 2009, 16:17
Boy,
Obrigado pela análise, é quase um texto em defesa da estética na poesia...
Fica à vontade quanto ao prazo, sei que é um tema espinhoso para nós (três), por isso, vá no seu tempo.
Porque você não aproveita e desenvolve um texto com uns "truques" estilísticos assim também, como você descreveu o meu? desenvolver o ritmo na base do fluxo de pensamento numa ou noutra frase, brincar com a disposição das palavras (como nos segundos, de um até dez) e por aí afora.
Agora, se me permite uma dica, acho que a "espinha dorsal" do seu texto você já encontrou. É a música que deveria unir vocês dois, mas como vc mesmo já disse, ele nunca pediu pra ver uma letra de música sua, que fosse. Acho que deu um "gancho" aí...
Abraço!
Boy
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De: Wallace Puosso .
Assunto: Re: continuando
Para: "oswaldo jr" ., "Oswaldo Jr" ., "reginaldo poeta" .
Data: Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009, 14:19
Bom...
Pra não deixar a bola cair e não sendo tão sério (mas sim provocativo!), mando então o novo tema:
Ménage à trois
Bom, tem certas coisas que só fazemos entre quatro paredes, certo? Então vamos descortinar um pouco da nossa intimidade masculina e criar poemas "táteis".
Já que abrimos os corações pra falar dos nossos pais no último tema, agora a gente abre um pouquinho da intimidade.
Estejam desafiados!
Abraço! wallace
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De: Wallace Puosso .
Assunto: Re: apôis... à trois...
Para: "oswaldo jr" ., "Oswaldo Jr" ., "reginaldo poeta" .
Data: Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009, 14:51
é isso que me dá raiva...
A gente manda o tema e o cara faz o poema em menos de meia hora...
Ah... boy, assim não vale... Queria provocar mais você... o poema ficou assim, com gosto de bolo de fubá na casa da tia Filó.
Quem sabe seu poema não pudesse ser uma fantasia emprestada? Assim como Fernando Pessoa escreveu "O poeta é um fingidor..."
"Truquei", você mandou 6, agora peço 9 e quero desafiá-lo de novo.
Senão, não tem graça... hahaha
beijão
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De: Oswaldo Almeida Jr. .
Assunto: RE: apôis... à trois...
Para: "Wallace Puosso" ., "Reginaldo Gomes" .
Data: Domingo, 20 de Setembro de 2009, 17:05
Voltei pra voces, caros amigos! Depois de uma curta ausência, cá estou novamente, e já gostei do que li nos emails...
Primeiro: a exposição do Dylan. Quadros bacanas mesmo, hein?! Valeu pela informação, boy!
Segundo: as novas provocações do Wallace. Boas, muito boas... Como abri todos os emails de uma vez só, vou misturar meus comentários, e vocês tentam entender a que estou me referindo, ok?
Antes, semana passada, o Wallace mandou um texto que indagava sobre o porquê de estarmos fazendo isto. Queria reflexões de nossa parte, coletivas, e acabamos não fazendo. Falando por mim, pegou-me numa semana horrível de falta de tempo! Ao Wallace incomodava, pelo que senti, abordar temas menos complexos, banais, que nos fariam abordar este "exercício" semanal de forma muito simplista. Sem mexer em nossas estruturas.
Pelo que senti do último tema, a proposta ainda continua a mesma, correto?
Pessoalmente, tenho preferido escrever de forma a contribuir para uma reflexão, ainda que esta se dê apenas no nível individual - eu comigo mesmo. Tenho tentado não escrever sobre os temas semanais sem, antes, refletir sobre isto. A pergunta que me faço semanalmente é: "se eu fosse escolher um tema apenas para mim, seria este o tema? Se não é, então de que forma, com que abordagem posso fazer do tema proposto algo que me interesse pessoalmente?"...
Depois de pensar nisso, começo minha batalha atrás das idéias e das palavras. Às vezes, quase sempre, perco essas batalhas e não consigo produzir obras que eu veja como importantes. Escrever apenas para cumprir os prazos tem me incomodado um pouco.
Gostei, também, da última provocação do boy Wallace. Como não nos manifestamos, Reginaldo e eu, o Wallace mandou um tema picante (no sentido de nos picar como abelhas!), e talvez esperasse que mexêssemos mais com os nossos limites internos. O Régis optou por falar de si mesmo, abordando o tema proposto não pelo que ele significa, mas pelo seu contrário. Não fugiu do tema, mas fugiu da abordagem delicada... Foi uma saída de mestre, digamos. Ainda mais que os poemas se tornarão públicos no blog!
Da minha parte, vou tentar falar diretamente sobre o tema, ou sobre alguma forma estrutural que o tema "três" me provoque. Três versos em três estrofes, sei lá, qualquer coisa. Mas vou buscar refletir sobre o que significa, pra mim, o ménage a trois! Acho até que vou experimentar um esta semana, pra ver se me inspira.
Se fosse fácil assim... Aliás, sabem o que significa "ménage"? Saber isso seria um bom começo, admito... "Trois" eu sei que é "três"!
Obrigado pela provocação - agora, me aguarde!
Beijos
boy
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De: Wallace Puosso .
Assunto: RE: apôis... à trois...
Para: "Reginaldo Gomes" ., "Oswaldo Almeida Jr." .
Data: Domingo, 20 de Setembro de 2009, 17:23
Boy,
Acho que você "captou" a essência da coisa. Olha só!
A "provocação" é sempre válida, falo isso com sinceridade, não é discurso pronto, não. Pelo menos, não sei viver de outra forma. O que me leva adiante nessa vida (às vezes) tão previsível, é justamente aquilo que acontece e com o qual não se contava, o inesperado. Não deixa de ser uma forma de provocação.
O tema " ménage à trois" obviamente tem conotação sexual. A expressão é usualmente utilizada para isso. Mas, como somos poetas e temos a liberdade de virar as coisas pelo avesso quando (e como) bem entendermos, as coisas podem (e devem) mudar o sentido das coisas.
Então, boy, como você bem explanou, daí podemos brincar com a idéia de três (três pessoas, três idéias, santíssima trindade, o triângulo, etc.) e também de "mistura" (ménage).
Na semiótica, todas as coisas tem um significado ou uma representação.
Para ficarmos num exemplo, que elementos (de representação individual) poderiam ser misturados e se transformarem num novo elemento? Como quando fazemos um bolo. Que é a representação física (visível, tátil) de vários elementos individuais, misturados.
Bom, falei demais.
Acho que estamos no caminho. Refletindo dessa forma, acho que consigo melhorar significamente o que escrevo.
Esse é o grande barato desse nosso encontro, vocês não acham? rs...
Abraço!
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De: Oswaldo Almeida Jr. .
Assunto: RE: apôis... à trois...
Para: "Wallace Puosso" ., "Reginaldo Gomes" .
Data: Segunda-feira, 21 de Setembro de 2009, 13:09
Como hoje é segunda-feira, dia de folga para mim, permiti-me acordar cedo pensando em poesia. E não é que funcionou? Uah...
Procurei usar três sílabas métricas, em três estrofes, com três versos cada. Esse era o meu desafio inicial. Depois, quando achava o tema, decidi escrever falando também da "terceira pessoa" verbal - eu, tu, ELE. E aí meu poema foi se construindo. Mando para vocês agora.
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De: Wallace Puosso .
Assunto: RE: outro à trois...
Para: "Reginaldo Gomes" ., "Oswaldo Almeida Jr." .
Data: Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009, 12:30
Bom,
Deixa eu comentar os 4 (!!!!) poemas que chegaram sobe o tema... Senão fica deselegante da minha parte, afinal eu sugeri o tema e desafiei os dois... hehe...
Boy Regis, gostei mais do segundo poema. Ele contém mais "imagens" e vc recorre ao tema da memória, o que sempre fascina quem lê.
E, além do mais, este segundo poema, contém uma leitura inusitada do tema (que por sí só, já é inusitado...) o que "enriquece" nosso diálogo poético (!!!).
O boy Oswaldo propõe então usar recursos estilísticos (três sílabas métricas, em três estrofes, com três versos cada) o que acaba surpreendendo. Isso no primeiro poema. O segundo é de uma singeleza, que beira o romântico (se é que posso usar essa palavra nesse contexto...), mas deixou o tema mais leve, em tom de nostalgia.
Aí eu me ferrei, né? Eu dei o tema e caí numa armadilha... Com quatro poesias e quatro visões diferentes, eu ficava sem muitas opções. E quase que a coisa não sai. Mas saiu. Esta madrugada...
Daqui a pouco mando a vocês...
Abç, wallace
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De: Wallace Puosso .
Assunto: A minha mistura
Para: "Reginaldo Gomes" ., "Oswaldo Almeida Jr." .
Data: Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009, 12:46
Bom,
Nesta madrugada, ouvindo Led Zeppelin, pensando numa determinada cena do filme Vick Cristina Barcelona (sim, lá tem ménage...), me recordei de uma coisa que aconteceu a algum tempo. E então o poema veio. Em partes. Num delicado jogo de palavras, onde algumas adquirem um duplo sentido (ou será triplo?).
O que fica de ficção ou de real, infelizmente vocês não vão saber. Só se eu tomar umas duas garrafas de vinho e resolver contar histórias que cairam na memória...
Então fica a poesia somente.
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De: Oswaldo Ferreira de Almeida Junior .
Assunto: Re: 22h07
Para: "reginaldo poeta" ., "Wallace Puosso" .
Data: Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009, 16:49
voltei pra vocês!...
Bem, lindo o poema Dark Room, hein? Fiquei imaginando a história por detrás das palavras. Eu devia ter feito isso, também, teria possibilitado rever umas memórias bacanas. Também só saem a três (só nós três) e depois de umas 3 cervejas, hehehe...
O poema do boy, sobre o pai, também ficou bem bonito, hein? Ficou um pouco mais "doído" (de dor, e não de doido) que o outro, e talvez por isso mais emocionante.
Beleza hoje à noite. Eu ia pra casa escrever uns negócios, mas posso rever isso.
ô cara facinho!
Abraços!
boy
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De: reginaldo poeta .
Assunto: Boys, boys...
Para: "Wallace Puosso" ., Oswaldo Jr.
Data: Sábado, 26 de Setembro de 2009, 18:27
Wallace, bastou provocar e o assunto rodou até na net, viram? fiquei com medo... Olha só a manchete da matéria que saiu numa publicação da internet:
Sexo a três com dois homens?
25/09
Você toparia fazer um ménage à trois se o terceiro participante fosse outro homem?
Vladimir Maluf
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De: Wallace Puosso .
Assunto: Re: Boys, boys...
Para: Oswaldo Jr., "reginaldo poeta" .
Data: Segunda-feira, 28 de Setembro de 2009, 15:34
hahaha... Tá com medo de quê, boy?
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De: reginaldo poeta .
Assunto: Re: Boys, boys...
Para: Oswaldo Jr., "Wallace Puosso" .
Data: Terça-feira, 29 de Setembro de 2009, 13:27
medo de me apaixonar (ainda mais) por vocês dois...
pense...
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De: Wallace Puosso
Assunto: Re: Boys, boys...
Para: Oswaldo Jr.; Reginaldo
Data: Tue, 29 Sep 2009 09:43:01 -0700
kkkkkkkkkkkkk
Isso está ficando engraçado....
Obrigado pelo tema-quase-poema... rs...
Beijinho no cangote... rsrs
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De: Oswaldo Almeida Jr. .
Assunto: RE: Boys, boys...
Para: "Wallace Puosso" ., "Reginaldo Gomes" .
Data: Terça-feira, 29 de Setembro de 2009, 20:58
Ai, ai... entro ou não entro (sem trocadilho) nesta discussão?! Tsctsctsc...
Dá pra dar um depoimento pessoal a respeito?
Não, melhor não.
Beijos,
boy
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De: Oswaldo Almeida Jr. .
Assunto: RE: Meu som é mais ou menos assim
Para: "Wallace Puosso" ., "Reginaldo Gomes" .
Cc: Oswaldo Jr.
Data: Segunda-feira, 2 de Novembro de 2009, 15:43
Boys, vocês não vão acreditar, mas enfim mando o poema para "o primeiro som". Demora mas chega.
Gostei do de vocês, só que não quis lê-los antes de fazer o meu. Por isso só os li hoje, hehehe... O Wallace inventou umas palavras legais, como "desolhificar", que fazem pensar no que ele quis dizer. E o Régis optou por falar de um som marcante pra ele. Nem sei se depois deste tempo todo vocês ainda se lembram dos próprios poemas, por isto coloquei-os todos num único arquivo anexo.
E com este fechamos a trigésima semana, é isso mesmo? Demorei cinco semanas pra entregar o meu, senão já teríamos andado mais...
Abração pros dois!
Boy.
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De: Wallace Puosso .
Assunto: RE: Meu som é mais ou menos assim
Para: "Reginaldo Gomes" ., "Oswaldo Almeida Jr." .
Cc: Oswaldo Jr.
Data: Terça-feira, 3 de Novembro de 2009, 11:28
Boys...
No dia do show do Pedra de Nego, estava conversando com o Popô alí na comedoria e ele observou que, cada um de nós já tem sua própria "assinatura"ao escrever um poema. E continuou, dizendo que saberia dizer de quem era qual poema, sem precisar olhar a assinatura ao final. Acho que isso é bem pertinente de se dizer neste momento.
Ao ler agora os três poemas - em conjunto - isso fica bem claro. Embora eu arrisque dizer que o meu - em particular - ficou meio "fora da tal assinatura", mas ainda assim, tem um pouco a minha cara.
O mesmo com o poema do Oswaldo. Pode-se falar de amores sob qualquer ponto de vista. Inclusive o supersônico. Lendo o poema a gente fica imaginando a cena. E a poesia é justamente pra isso, pra gente imaginar.
O Reginaldo também constrói imagens a partir de elementos factíveis, do dia a dia. Como se fosse uma "reeducação do olhar". Lendo seus poemas, podemos ver as mesmas coisas que vemos todos os dias, só que de outras formas e sentidos.
E os poemas do Oswaldo, dão aquela vontade na gente de amar, paquerar, desejar pelo simples motivo de ter vontade. Isso também é uma das funções da poesias. Fazer com que nos sintamos vivos, potentes, felizes e às vezes maiores do que poderíamos ser.
Quero agradecer aos dois a oportunidade que essas trinta semanas nos deram, de explorar limites.
Sei que podemos mais (sempre podemos!)
Por isso, uma nova etapa se torna necessária.
Abraço aos dois e vamos em frente!
wallace
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E assim, terminamos essa primeira fase.
A partir de segunta-feira, novas diretrizes em tempos de paz.
E que venham os temas e poemas...
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