Tema sugerido por Wallace Puosso (tema que surgiu do texto de Zakariya Amataya)
Próximo tema: O que é que tem no sótão?
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Sob o chão de nossa terra
jaz o povo guarani.
Por cima, a imagem que berra:
Torii, torii, torii.
oswaldo Jr.
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um dia de sol num copo d'agua
Então ele acordou - soluçando
no meio da madrugada
(silêncio)
copo d'água e exame de consciência.
"O que você estava esperando"
disse o Coringa ao homem-morcego
"a piada já perdeu a graça, você sabe".
Tem gente roubando meu espaço
tomando meu vinho
desejando minha mulher.
"Não há razão para pânico"
anunciou solene a voz metálica
nos corredores do shopping em chamas
de mãos dadas aquele casal se salvou.
Vivemos tempos estranhos
"Para de rir, por favor"
sussurrou à namorada
enquanto contavam dinheiro à entrada do motel
(o amor, às vezes, não pode ser parcelado)
quero (e preciso) me manter acordado
ainda espero um sinal (qualquer que seja)
o que importa, é estar ao seu lado
você sabe
a saudade
é a fragrância da memória.
Wallace Puosso
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Réginaldo Poeta
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A cruz de aço impede calientes afagos
Compreendes o torno no espaço?
Faíscas, estardalhaços
Consomes duas vezes por dia a ira?
Três vezes à noite a candura?
Usas o que procuras? De saias sem blusas?
Ao norte agruras, ao sul sorte
Sou contra o porte, a favor da vida e da morte, do alho e óleo, da oratória e do oratório
Devolves as luvas aos pobres, dos ricos esnobes
Confortes a quem a mão te estende, a quem as balas te vende, a quem os olhos te pede:
abraces bem leve (como leve pluma muito leve, leve pousa)
Raulito
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Espetaculosamente
a multidão vibra em sopro
de incansável festa, alegria.
Misteriosamente
uma figura madura
permanece inerte, em outro canto,
sem o medo-fantasma
de morrer podre, ou não
ser aceito, ou volter à terra,
vazia.
Fábio Ramos
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SENTENÇAS
Aquilo que excluo,
aquele que condeno,
não me é igual;
não pensa como eu penso.
Nego-lhes direitos,
subtraio oportunidades.
Defino a sentença
com base nas minhas verdades.
Sou freio no mundo,
fomento a desigualdade.
Dói no meu peito
tamanha futilidade.
Tomara que não seja tarde.
Um dia me corrigo.
Aquele que deixei à parte,
ainda quero chamar de amigo.
João Possidônio Jr.
O Oswaldo, como sempre, excepcional na concisão.
ResponderExcluirVenho só pra te ler. E vale a pena, sempre!
O Raulito me lembrou de ouvir Secos e Molhados.
ResponderExcluirCade um som novo? Que tenha uma imagem tão bela assim?
Beijos incendiários.
Vamos debater o tráfico? A distribuição de RENDA ?
E a mentira dos Partidos Politicos?
JOKA
joão carlos faria
Concordo com a Leila.
ResponderExcluirOswaldo suspendeu a extensão do assunto e
na sua brandura sucinta e poética suavizou a certeza mais triste:
"jaz o povo guarani".
É de uma saudade sonora suas palavras Boy,identificadas de amor, essencialmente.
Parabéns.
A Educação é uma canoa forte e segura
ResponderExcluirQue nos salva de águas turvas e tortuosas
Como julgar se . . .
Um dia, negamos a Educação aos povos
No outro, quando a ferida é nossa,
colocamos nossos exércitos para subir os morros.
Quisera que os monstros fossem sempre crianças . . .
Oi, Leila, oi Lua, obrigado pelos comentários. Talvez o impacto se deva a um sentimento que trago e que me inquieta muito: saber que temos inúmeros tributos aos povos que habitaram São José em tempos recentes - os japoneses, por exemplo, têm Toriis e jardins em quase todos os bairros da região central - mas renegamos o tempo todo os primeiros habitantes da região, os índios. Quando será que nossa cidade vai ter monumentos para os habitantes originais desta terra? Beijos, obrigado.
ResponderExcluirPenso que um monumento aos índios seria um monumento a nossa capacidade de extinguir* um povo, enquanto um monumento aos japoneses de certa forma é exaltar algo que deu certo*. (* altamente contestável). Além disso, excelentes textos, tornou-se uma vontade sempre vir aqui ler, afinal, leio vários textos de uma vez. Abraços.
ResponderExcluirBelo!
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