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Iucateque (ou La Piedra
del Sol en nuevas carreteras)
Como no Tzolk'in
meu Uinal de 20 dias
inicia-se hoje, 30
(Moan no calendário Maia)
Outra primavera:
respeito / devoção aos ancestrais
Devo o que sou a eles
Mas num pré-colombiano inverso
desconfio que já nasci clássico
talhado para horizontes amplos
e noites longas
Eu, coruja.
Wallace
Puosso
Outubro veio cedo
Outubro
veio cedo. E foi num dia assim que ela escolheu partir. Nem se despediu. O
primeiro impacto foi pura estranheza: como assim, partir? Era tempo de festa.
Uma, duas semanas antes estávamos cantando juntos a chegada da Primavera. A
grama era verde e sabíamos. Havia sol e frescor. Pequenas flores: amarelas,
vermelhas, acho que azuis ou verdes também. Fiquei de pesquisar o nome. Nunca o
fiz. Ela brincava: vamos achar o nome das coisas, preparar tabuletas – depois
embaralhamos tudo! E ria, de um riso solar. Primaveril.
Outubro
veio cedo. No fim de novembro, encerro tudo! Depois, só os exames. Pouca coisa,
não vale a pena esquentar a cabeça. Uma nova casa, melhor. Um novo carro,
menor. Movido a mijo, quem sabe? O riso solar, mais uma vez. Eu trago as cervejas.
Toalha? Pra que? Compartilhemos com formigas nosso almoço. E fazia sentido. Com
ela, tudo fazia.
Outubro
veio cedo. No Dia do Professor terei umas 200 provas pra corrigir, eba...
Desanima não: o Dia das Crianças vem antes e te dou presente. A um grisalho? Ao
menino que vejo em você. Só ela era capaz disso: o milagre de me fazer sorrir.
Mesmo com sono ou fome.
Outubro
veio cedo. Com ele, as chuvas. É bom, limpa o ar. Também curto, mas é pelo som.
E as gotas no vidro... Verdade, vidraças líricas. Faça uma canção, ela propôs.
Com você, respondi. Mas não fiz.
Outubro
veio cedo como o fim de “Yesterday”. Os quatro eram fabulosos, mas custava ter
mais uma estrofe? Ou um solo, sei lá. Ela, definitiva: Tudo tem o tempo exato.
Outubro
veio... Por quê? Devia ser sempre setembro. Um calendário em suspenso, uma
folha no ar, ela ali.
Será?
Paulo
Barja
Em
outubro, sei lá
Eu não te esperava tão cedo. Na verdade,
tinha quase certeza de que não voltaria; por isso, foi uma surpresa ver seu
carro na garagem. Não parei. Ao ver que você estava, percebi que ainda não
estava pronta pra te encontrar. Deu aquele sufoco, sabe? Acho que não consigo
conversar de novo. Desculpe, mas espero que me entenda. Só consigo te mandar
esta mensagem. Passou um tempo; tempo demais. A vida da gente vai mudando, você
sabe. Acontecem outras coisas. Não volto pra casa esta noite. Seria melhor se
amanhã você já não estivesse aí. Depois mando suas coisas. Em outubro é
aniversário da sua mãe, talvez a gente se veja, sei lá. Olha, vai ser melhor
assim. Por favor, não me espere. E não se preocupe comigo. Eu tenho onde ficar.
Oswaldo
Almeida Jr.
Outubro
veio cedo
Amanheceu outubro
com um céu rubro
A cada novo dia
o que de mim
descubro?
Os meses não param
apenas eu,
tenho a sensação
de que estou parado
apesar de tudo mudar
ao meu lado
Corro para ver o rio
da minha cidade
Tudo vai descendo
com as águas:
as emoções
e os momentos vividos
E assim vão-se os meses:
Outubro
Novembro
Dezembro
vem natal
e vai o ano
e a Vida vai.
Para onde?
Luiz
Felipe Rezende
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