18 de agosto de 2010

FUTURO

Sem calcular o futuro

Ela jurou não saber
e quisera ela nunca soubesse
da cautela que mede o amor
do amor que a si desconhece
Contra os medos que assustam
mostrava-se inteira de frente
Amava de forma solene
Amava completamente
como se o amor conhecesse.
Vendada, entrando no escuro
Na idade daqueles que amam
sem calcular o futuro.

Oswaldo Jr.

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Era uma vez no futuro (ou o Ano do Cometa*)
para Oswaldo Jr.

Era uma vez o futuro
ele desejou que tudo fosse
um pouco diferente
com algumas coisas
mantidas como estão:
amigos por perto
esperança, sonhos, promessas
e um vinho sempre aberto
as crianças
montando quebra-cabeças
no chão da sala (tentando entender o mundo
pela ótica dos detalhes)
Era uma vez eles e ele
ouvindo Dylan, Clapton, Tom Waits
e vivendo a plenitude
do que chamamos prazer
no rosto, nas mãos as marcas
na alma uma quietude.
Já não se fazem amizades
como antigamente
diria o barbeiro, o dono da quitanda
e o motorista de táxi.
Pela janela do carro o tempo escorre
como gotas de uma chuva
que jamais pára
mas há beleza nisso
porque os poetas olham o mundo
com sensações de cor e alento.
Talvez fosse preciso um passo inicial
um primeiro momento
a sensação de serem eternos
eles e suas conversas regadas
a Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec
dizem que os vinhos são eternos
mas o que dura pra sempre
são as lembranças de hoje
e elas, estão guardadas
com os amigos, com quem amamos.
Era uma vez o futuro
num lugar e num tempo
não tão longe daqui.

wallace puosso

*O título se refere a uma garrafa de vinho da safra de 1811 (o ano da passagem de um cometa conhecido como O Grande Cometa)

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Observância Noturna

Pensei até que tinha caído tinta
Nos meus cabelos.

- mas não caiu não -

Uma brancura idade de repente se alojou
No lado esquerdo da minha cabeça flutuante
E não tive dúvidas:
O futuro chegou!

Agora o espelho hospedou-se
Nas retinas do meu tempo.

Réginaldo Poeta

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