22 de setembro de 2010

Primeiro som, primeiro estrondo na alma

Supersônica
(ou: e não estava acima de 340 m/s)


Você passou silenciosa,
mas deixaria um estrondo atrás de si
Em frações de segundo destruiria
o pouco da Física que aprendi.

O estrondo fica enquanto penso
e não tenho claro se isto é bom
A velocidade do seu silêncio
rompeu a barreira do meu som.

Oswaldo Jr.

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sentilerouvir


A música não-muda transforma o poema
que trans-muda a música
dita os sentidos
que mudam o modo de escuta
ao fechar os olhos, abrir os poros
a poesia
trans-molda a outras mil formas
ao abrir os olhos, ouvir os poros
a melodia revista é refeita noutros olhos
desolhificar sentidos
é como olhar-se por dentro, sentir-se
sentir-se vivo é quase tudo
é quase tudo
é quase tudo o que não muda


wallace puosso

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Acordes

Portas fechadas,
Respiração ofegante,
Duvidoso semblante...

O aprendizado raro veio das ruas,
As antenas de tv ainda não tinham o poder
De roubar tanto minha visão.

A primeira comunhão foi fato marcante,
Mas quando o vento sábio de uma tarde rara
Hospeda em meus ouvidos o seguinte canto:

*Oh, eu não sei se eram os antigos que diziam
Em seus papiros Papillon já me dizia...


Pude sentir em mim a transformação.


* trecho da canção "Vila do Sossego - Zé Ramalho - 1978

Réginaldo Poeta

2 comentários:

  1. Meus caros,
    Beleza...
    (e, vocês sabem: se há algo que pode revolucionar e mudar o mundo para melhor, trata-se Dela, dessa Beleza)

    Oswaldo, adorei a Física do teu poema! Lindo!
    abraços

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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